Paróquia de S. Martinho de Frazão
O património cultural a preservar em Frazão é extremamente rico, nomeadamente a nível de Capelas e de velhas Casas Senhoriais. São elas que nos revelam um pouco da história da freguesia e nos conduzem pelos caminhos da arte religiosa.
A Igreja Paroquial, construída no séc. XVIII, com o seu frontespício, em relevo, de fino recorte, é um dos mais bonitos das Igrejas do concelho, ta como também é o conjunto de carrancas, em granito, na sacristia. Tem duas torres sineiras que lhe dão uma grande harmonia e proporcionalidade. Os azulejos são recentes. O tecto é formado por caixotões pintados com motivos ornamentais: pequenas flores. Realce ainda para o padrão de 1636 que se encontra no adro da Igreja.
A Capela de São Brás substitui outra mais antiga, que existiu pelo menos até ao séc. XV, e que era chamada de Santa Maria Alta. O culto a S. Brás, que a partir de determinado momento começou a generalizar-se na freguesia, acabou por abafar a remota denominação que fora dada à Ermida.
O altar não é o original, porque é posterior a 1500. A nave é revestida de ricos panejamentos de azulejos setecentistas. Existem três arcos, dois laterais e um frontal, a denunciar uma galilé, que fora sacrificada aquando da ampliação da capela. Nessa altura, a cornija fora deslocada para onde se encontra , e posteriormente o arco frontal viu-se ratado, para dar lugar a um pórtico rectilíneo.
O seu interior está muito adulterado em relação ao que era a Ermida no seu original, devido aos sucessivos e confusos restauros que já sofreu. Por exemplo, na frontaria foi colocada, nos anos 50, uma torre sineira, em flecha, com um “moderno relógio”.
Existem ainda duas belas imagens: a de Nossa Senhora da Piedade e a de São Sebastião. Perderam-se duas grandes pinturas sacras. Segundo a tradição popular a capela seria de Nossa Senhora das Candeias, ou até do Pranto. O que é certo é que a grande romaria que se realiza no dia 1 e 2 de Fevereiro de cada ano ainda é em honra de Nossa Senhora das Candeias e em Honra de S. Brás. A Capela do Senhor do Calvário, em forma de cubo, abriga um cruzeiro, em testa de altar, com um Cristo de pedra pintado a cor-de-rosa. Por cima da cabeça de Jesus Cristo as letras JNRJ. Nota-se a presença de mais quatro cruzes junto da capela: nas traseiras, duas laterais e outra ao fundo, no meio de um quintal. No declive para Valinhas há outras cruzes, mas que estão tombadas. A Ermida chegou a estar praticamente abandonada.
Tudo leva a crer que ali terminaria uma das muitas romagens da Via Sacra, a julgar pelas cruzes que se encontram desprezadas pelas proximidades.
A Capela do Senhor (de Crasto) está situada no cemitério, em lugar cimeiro, central, no último talhão. É um templo simples e muito modesto, mais modesto que alguns jazigos-capelas das mais ricas famílias de Frazão. Foi construída em 1898, substituindo o pequeno oratório, ou “Alminhas” ao Senhor do Crasto. A Capela da Nossa Senhora da Piedade é um templo e campanário de linhas modernas, erecto num colo da povoação de moinhos. A primeira missa foi lá celebrada na noite de Aleluia de 1977. Em 15 de Janeiro de 1978, D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto, benzeu todo o conjunto.
Durante as festividades à Senhora da Piedade, em Maio, são alvo de veneração as imagens da padroeira e de Jesus, em tamanho natural.
Uma referência para um mais que centenário Oratório dedicado ao Senhor da Saúde, situado na povoação de Moinhos. Estas “Alminhas” antiquíssimas foram o primeiro passo para a construção posterior da Capela erigida muito próxima do Oratório. Afinal de contas há que conseguir da Piedosa Bondade de Deus, as graças de boa saúde…..
Festas
Desde há muito a Virgem da Purificação, ou Nossa Senhora das Candeias, coroa a maior romaria do Concelho, no adro e Capela de S. Brás da Poupa, como era conhecido por terras da Maia. Ainda no século passado eras grande a confusão que se fazia sentir entre os festejos em honra d Nossa Senhora das Candeias e aqueles que se faziam em do Bispo e Mártir São Brás. Nos finais do séc. XIX as festas terão atingido, talvez, o seu apogeu.
A romaria da Senhora das Candeias realiza-se ainda hoje a 1 e 2 de Fevereiro de cada ano, na Capela de S. Brás, e no dia 3 é realizada a festa do Santo que, como referia José-Augusto Vieira, em “O Minho Pitoresco”, é o “advogado das enfermidades da garganta, pelo que recebe em offerenda vários pescoços de cêra, significando a efficácia do milagre”.
A festa em honra de S. Brás era obrigação dos funcionários públicos, logo no dia a seguir ao da romaria da Nossa Senhora das Candeias. Organizou-se, então, uma festa que terá, muito provavelmente, sido a primeira versão da Feira do Cô, em Penamaior.
Hoje realiza-se a festa em honra de Nossa Senhora da Piedade, na Capela do lugar de Moinhos no primeiro Domingo de Junho, e a festa de Nossa Senhora de Fátima, na Igreja Paroquial, no terceiro Domingo de outubro, também chamada a “festa das Senhoras” e a festa de S. Martinho, Padroeiro desta paróquia, no segundo Domingo de Novembro. Estas festas não têm tradições visto serem relativamente recentes.
Párocos
Pe. João Pedro Martins Ribeiro 2018 – Presente
Pe. Dr. Joaquim Samuel Ribeiro Guedes 1994 – 2018