Documento evoca 500 anos da reforma protestante
“Pela primeira vez, luteranos e católicos consideraram a Reforma desde uma perspetiva ecuménica, o que deu lugar a uma nova visão sobre os acontecimentos do século XVI que levaram à nossa separação”, assinalam os signatários.
O documento, publicado na sala de imprensa da Santa Sé, surge no dia em que completam cinco séculos sobre a afixação das 95 teses de Martinho Lutero, na Alemanha.
O Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Santa Sé) e a Federação Luterana Mundial admitem “fracassos” do passado na relação entre Igrejas, mas mostram-se, sobretudo, agradecidos pelo “caminho ecuménico” percorrido nos últimos 50 anos.
“Essa peregrinação, apoiada pela nossa oração comum, o culto e o diálogo ecuménico, resultou na eliminação de preconceitos, uma maior compreensão mútua e a identificação de acordos teológicos decisivos”, pode ler-se.
A nota recorda a declaração conjunta sobre a doutrina da justificação, assinada em 1999, que já assumida por Metodistas e pela Comunhão Mundial de Igrejas Reformadas, sendo hoje recebida pela Comunhão Anglicana.
A 31 de outubro de 2016, o Papa e o presidente da Federação Luterana Mundial (LWF, siga em inglês), assinaram na Suécia uma declaração comum, por ocasião da comemoração conjunta católico-luterana dos 500 anos da reforma protestante.
“Pedimos a Deus inspiração, ânimo e força para podermos continuar juntos no serviço, defendendo a dignidade e os direitos humanos, especialmente dos pobres, trabalhando pela justiça e rejeitando todas as formas de violência”, refere o texto, firmado por Francisco e por Munib Yunan na catedral luterana de Lund, após uma oração ecuménica.
Em Portugal, a cidade de Braga acolhe este sábado o Fórum Ecuménico Jovem (FEJ), com o objetivo de “dar continuidade à celebração do 500 anos da Reforma, procurando colocar em evidência os dons espirituais por ela trazidos”.
Segundo o programa, o encontro dos jovens cristãos em Portugal recordara viagem do Papa Francisco à Suécia e vai “abordar as grandes intuições da Reforma”.
As principais divisões entre as Igrejas cristãs ocorreram no século V, depois dos concílios de Éfeso e de Calcedónia (Igreja copta, do Egito, entre outras); no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente (Igrejas Ortodoxas); no século XVI, com a reforma protestante (luteranos e calvinistas) e, posteriormente, a separação da Igreja de Inglaterra (anglicana).
OC, Agência Ecclesia